Mito: El Fed está controlado por poderosos intereses financieros de Wall Street y otros países

Fevereiro 23, 2017

Board of Governors boardroom table viewed from the end

Nota do Editor: Este artigo tambèm está disponível em Inglês y Espanhol.

Detenha-nos se você j´ ouviu essa: o FED é controlado por uma pequena e influente panela de oligarquias globais, cujo objetivo é atender a seus poderosos interesses financeiros.

Na condição de funcion´rios do Federal Reserve, frequentemente nos deparamos com essa fal´cia. E estamos sempre dispostos a esclarecer esse mal entendido. A verdade é que a missão do Federal Reserve Systemé promover condições econômicas que ajudem a trazer prosperidade a maior parcela possível da nação.

Para cumprir as metas de nossa política monet´ria (pleno emprego e estabilidade de preços, frequentemente denominada de nosso "duplo mandato"), o FED atua como uma entidade independente dentro do governo. Em termos pr´ticos, a Diretoria (Board of Governors) do Federal Reserve em Washington, D.C. é parte do governo federal, mas não é financiada por recursos provenientes de impostos alocados pelo Congresso. (O FED obtém suas receitas das operações no mercado aberto, outras taxas e participações financeiras). Os doze Bancos Regionais do Federal Reserve não fazem parte do governo federal, mas respondem à Diretoria do FED. (Entendemos o quanto nosso nome pode passar a impressão errada por incluir o termo "federal".)

Signing of the Federal Reserve Act; Courtesy of Woodrow Wilson Presidential Library; Painting by Wilbur G. KurtzSigning of the Federal Reserve Act
Courtesy of Woodrow Wilson Presidential Library; Painting by Wilbur G. Kurtz

Quando o Congresso criou o FED em 1913, os legisladores não queriam concentrar todas as operações de banco central e autoridade decisória na capital. Então, para colocar a instituição mais próxima da população, eles criaram os doze Bancos Regionais do Federal Reserve como braços atuantes do sistema de banco central.

E quanto à titularidade? Os bancos do Federal Reserve são constituídos de forma similar a empresas privadas. Por exemplo, o Banco do FED emite ações de seu capital para bancos associados. Na verdade, a lei exige que os bancos associados invistam 3% de seu capital em ações dos Bancos do FED. Esses bancos associados ao FED incluem todos os bancos nacionais (aqueles autorizados a operar pelo governo federal) e bancos autorizados a operar pelo governo estadual que desejarem se associar e atenderem a determinadas exigências. Cerca de 38% dos 5.000 maiores bancos dos Estados Unidos são associados do Sistema do FED.

E quanto àqueles interesses financeiros globais? De acordo com a lei, nenhuma instituição financeira estrangeira pode deter ações de um Banco do FED.

Então, embora os bancos associados detenham ações nos Bancos do FED, não é nada mais do que deter ações de uma companhia privada com fins lucrativos. Os bancos associados não podem vender nem negociar suas ações do Banco do Federal Reserve System.

Rigorosas medidas de proteção impedem os grandes bancos de exercerem influência demais sobre a diretoria dos Bancos do Sistema Federal. Primeiramente, a maioria dos banqueiros que faz parte de diretorias são de instituições menores. Esses banqueiros da comunidade estão mais ligados as suas economias locais do que quaisquer outras pessoas. Eles trazem sua percepção única aos Bancos do FED, que utilizam essas contribuições de base para ajud´-los a formular a política monet´ria.

Para evitar conflito de interesses, os diretores do Banco do FED que são banqueiros não recebem informações sobre a política e trabalhos regulatórios dos Bancos do FED. Os diretores que representam bancos privados também não têm direito a participar da escolha dos presidentes do FED. Finalmente, também como uma forma de evitar conflito de interesses – efetivo ou percebido – nenhum diretor tem permissão para ver informações regulatórias confidenciais.

Esses são os fatos que normalmente usamos para desconstruir os mitos acerca do controle do FED. Convidamos vocês a sugerirem tópicos para edições futuras.

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Charles Davidson

Escritor de pessoal para Economy Matters